Caros
colegas!!!
Voltamos das férias e temos pela frente o desafio
de melhorar a qualidade do nosso Ensino Médio. Essa conquista será
possível se cooperarmos com todos que compõem a Comunidade Escolar, de
forma democrática, valorizando a diversidade de visões de mundo e a realidade
dos nossos alunos.
Para iniciarmos nossos estudos, vamos ler e fazer uma
reflexão sobre o artigo "O Ensino Médio está distante da vida dos jovens" (abaixo), que aborda alguns aspectos interessantes para uma
discussão sobre estas questões. Em seguida, faremos o estudo do Caderno I - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NO ENSINO MÉDIO.
Um bom
retorno e um excelente ano letivo para todos nós!!!
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Artigo: O Ensino Médio está distante da vida dos jovens

Artigo: O Ensino Médio está distante da vida dos jovens
Texto enviado
por Aline Ferreira em qua, 02/04/2014, retirado de www.emdialogo.uff.br,
RIO - Um
programa curricular rígido, pouco atraente e desatualizado. Para especialistas,
boa parte dos problemas no Ensino Médio brasileiro — indicador que mais
contribui para frear o desenvolvimento humano em grande parte dos municípios do
país — pode ser explicada pela falta de qualidade na educação e da distância do
ensino em relação à realidade vivida pelos jovens.
Dados do
IDH para os 5.565 municípios do país (IDHM), divulgados ontem pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostram que na faixa etária entre
18 a 20 anos, 58,99% da população não tinham concluído o Ensino Médio.
O
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), prova internacional
realizada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE), já tinha mostrado, em 2009, um retrato pouco favorável ao país em uma
comparação internacional. O Brasil ficou na 53ª posição entre 65 países, atrás
de outras nações latino-americanas, como México, Uruguai e Chile, entre outras. ‘No
fundo, há aulas chatas’
O Pisa
mostrou um quadro de desigualdade regional. Pelo indicador, o Rio de Janeiro
ocupa a oitava posição, bem próximo da média nacional, mas que, na comparação
internacional, o classificaria atrás de Trinidad e Tobago, por exemplo. O
Distrito Federal, que aparece no topo da classificação brasileira, tem a mesma
pontuação que o Chile, o 44º colocado no ranking de todos os países. As
disparidades também foram retratadas dos recentes dados do IDHM. O Distrito
Federal lidera o ranking, e Alagoas aparece na última posição entre as unidades
da federação quando se avalia a educação.
O pesquisador do Instituto de Estudos do
Trabalho e Sociedade (Iets) Simon Schwartzman adota um tom grave para falar da evolução
dos indicadores de qualidade da educação. Para ele, a falta de qualidade
experimentada em sala de aula resulta de uma combinação de professores mal
formados e de infraestrutura precária de escolas no país.
— Estamos
muito atrasados em termos de qualidade. Faltam conhecimentos mínimos em
linguagem, matemática e ciências — diagnostica. — Existem alguns casos pontuais
de escolas que conseguem bons resultados, mas que, quando somados, não mudam o
quadro da educação como um todo. Eles são fruto muito mais de um esforço
próprio dos diretores e professores do que de uma organização de esforços —
acrescenta.
O
professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Francisco Soares,
estudioso do tema, critica:
— Não se
pode abrir mão da dimensão da qualidade. As pessoas estão entrando na
universidade com currículos ridículos.
Mesmo
entre os especialistas que veem avanços na educação nas últimas décadas, como
Sergei Soares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os altos
índices de repetência ainda mostram um quadro incômodo.
Soares,
da UFMG, considera que falta uma atuação mais forte da universidade na formação
dos alunos que entram no Ensino Superior. Ele cita os casos de países do
Hemisfério Norte e, diz que há possibilidade de formação complementar e aulas
introdutórias em alguns cursos como um exemplo a ser seguido.
— A
universidade não pode mais esperar que o aluno vá chegar prontinho. Na
Inglaterra e nos Estados Unidos, a universidade vai dizer se você precisa
estudar uma determinada matéria, segundo a sua área de trabalho, e dar essa
oportunidade.
O
coordenador da Campanha Nacional pelo Direito a Educação (rede que envolve
ONGs, movimentos sociais, sindicatos, conselheiros de educação em 22 estados),
Daniel Cara, defende uma reformulação do programa curricular, para que esteja
mais próximo do novo jovem.
— Os
jovens não conseguem se identificar no Ensino Médio. No Chile, União Europeia,
Estados Unidos, em vários países, tentam compreender quem é o novo jovem. É
preciso ter uma flexibilidade e não considerar que são todos homogêneos, como
no atual Ensino Médio — diz Cara.
‘É
preciso ouvir a sociedade’
Segundo
Cara, o desafio adicional é incluir jovens e professores no debate desse novo
modelo.
— Alguns
dizem que ele precisa ser mais profissionalizante, mas antes de debater
currículos, é preciso ouvir a sociedade. Até agora, a regra sempre foi
implementar reformas curriculares de cima para baixo.
A
comerciária Rose Monteiro, de 40 anos, moradora de Niterói — cidade
classificada como de “alto nível de desenvolvimento humano” no IDHM, o melhor
desempenho no estado — critica a realidade de muitas escolas públicas do
município fluminense. Ela conta que foi incentivada pelos pais a estudar, mas
não completou o Ensino Superior. Hoje, acompanha os estudos das sobrinhas.
— Eu
estudei em colégio público e uma das minhas sobrinhas estuda hoje no mesmo
colégio(Machado de Assis, no Fonseca). O ensino da cidade não é tão bom quanto
este dado mostra, não. Minha sobrinha ficou quase dois meses sem professora de
matemática.
O que
você pensa sobre isso? Já foi ouvido sobre qual é a sua opinião sobre as aulas
dos professores? O que precisa melhorar, na sua opinião? Como é o ensino médio
da sua cidade? E da sua escola?
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